Questionou Vergílio Ferreira, gouveense de gema, no seu diário “Conta-Corrente 1” no início dos anos 80. Hoje, passados mais de 30 anos, a dúvida poderá manter-se para muitos de nós, mas para a D. Lurdes e para o seu marido, o Eng. Luís, a resposta chegou com o lançamento do seu projeto, a Quinta Madre de Água. Um sonho, uma ideia e uma realidade que tivemos o prazer de conhecer após o recente convite que recebemos.
Inserida na pequena aldeia de Vinhó, concelho de Gouveia, a Quinta Madre de Água não se limita à produção de vinhos na região do Dão. Além do Hotel Rural, inclui um restaurante, uma queijaria, um ovil, um picadeiro e ainda um canil.
Apesar de recente é um projeto que pretende oferecer um conjunto de serviços diversificados e de elevada qualidade a quem visita a região, como nós. Confesso que descobri o projeto ao ler um artigo do Joli – Wine & Food Activist em que falava de um Encruzado com uma excelente relação qualidade-preço. Acabei por escrever sobre o mesmo no ano passado…
…agora fomos descobrir in-loco as suas raízes..
Com a Serra da Estrela no horizonte
O respeito pela região em que se insere é vivido também à mesa e o qual tivemos a oportunidade de provar, e comprovar após a visita. Nunca fui apreciador de queijo, mas a verdade é que nunca comi tanto queijo na vida em tão curto espaço de tempo. São realmente bons! O acompanhamento não podia ser o mais indicado e a razão pela qual viemos até aqui, falo claro dos vinhos que os cerca de 17ha de vinha dão origem. Com a assinatura do reconhecido enólogo Paulo Nunes, a oferta está agora dividida em três gamas distintas, a Terras considerada a entrada de gama, a Experimentum dedicada às castas internacionais Syrah e Merlot, e por último a Madre de Água superiores como é o caso do Touriga Nacional 2011. Entre tudo o que foi provado, destaco a nova colheita do Terras Encruzado que apesar de muito jovem mostra ser um vinho equilibrado e com excelentes perspectivas de futuro, e o Experimentum Merlot 2016 capaz de mostrar toda a sua potência aromática a acompanhar sabores mais intensos.
Horas mais tarde voltámos à mesa do restaurante do hotel agora com sugestões mais tradicionais que primaram pelo cuidado na apresentação e pelos aromas carregados de identidade, estamos na Beira-Alta e isso é evidente a cada garfada. Com um custo médio-alto, não será certamente uma opção diária, mas para quem procura uma gastronomia mais requintada vale a pena conhecer
Excelência do Dão
As horas voam quando estamos bem e quando demos conta já estávamos a deixar a Quinta Madre de Água com um sorriso estampado na face. O projeto continua a crescer e conta com a ajuda de gentes que vivem ao máximo esta região, o que por si só já é um excelente prenúncio. A nós cabe-nos esperar pelas novidades e agradecer toda a simpatia, em especial à Maria Inês que nos acompanhou nesta visita…