O tempo voa e quando damos conta já lá vão uns quantos meses sem uma única palavra escrita. A sorte é que neste mundo, por vezes, temos o privilégio de conhecer pessoas e projetos que nos fazem sentir que ainda temos alguma coisa por dizer. Foi o que aconteceu na sexta-feira passada quando, a convite da Ana Matias, tive a oportunidade de descobrir um pouco mais sobre o que se está a passar na Quinta do Gradil, situada na zona do Cadaval, região de Lisboa.
A cada novo trago um prolongamento de todos os aromas e sabores apresentados naquele prato…
A pouco menos de uma hora de distância de Lisboa e com uma vista privilegiada para a Serra de Montejunto, a Quinta do Gradil é um espaço repleto de história, imerso num mar de vinhas, que tem vindo a renovar-se ano após ano pelas mãos de Luís Vieira para dar resposta aos novos desafios do mercado, nomeadamente no setor do enoturismo.
À chegada fomos recebidos por Tiago Correia, enólogo que assumiu recentemente os comandos da Quinta do Gradil e Bruno Gomes, que tem a seu cargo a área de enoturismo. Na companhia de ambos, pudemos perceber um pouco melhor as mudanças que por aqui vão acontecendo e descobrir mais sobre as características que esta região oferece aos vinhos nela produzidos, uma descoberta que à mesa faz muito mais sentido.
Passemos então para o restaurante onde tudo ganhou forma. O espaço foi renovado e é notória desde logo a atenção ao detalhe que nos faz sentir confortáveis desde o primeiro momento. Momento este que teve como mote o Maria do Carmo Espumante Rosé, um vinho que à entrada se apresentou com uma bolha mais agressiva, mas que após ser decantado mostrou ser bastante versátil a acompanhar uma bela mesa de queijos e enchidos.
Restava-nos seguir para a mesa para vivenciar num belo momento de partilha e descoberta. O menu, composto por sete pratos, ficou a cargo do chef Daniel Sequeira, responsável pelo restaurante da Quinta do Gradil, que entre harmonizações audazes como um Gaspacho de uva e pêra rocha com um Maria do Carmo Branco 2017 (ainda por lançar) e receitas infalíveis que funcionariam em qualquer lugar do mundo, conseguiu alcançar, na minha modesta opinião, o nível de excelência naquele arroz malandrinho de carabineiro e robalo, harmonizado com o recém-lançado Quinta do Gradil Alvarinho 2018. Que combinação, que privilégio, que momento. A cada novo trago um prolongamento de todos os aromas apresentados naquele prato, só por isto já valia cada segundo. Um excelente trabalho que merece os meus parabéns e que merece ser partilhado.
A estocada final foi dada pela Aguardente XO da Quinta do Gradil, que acompanhou na perfeição a “pior mousse de chocolate”. Tudo isto sempre acompanhado de boa disposição e simpatia por parte de toda a equipa, a quem só posso agradecer a oportunidade. Vêm aí novidades muito interessantes da Quinta do Gradil, capazes de demonstrar todo o potencial que a região de Lisboa tem no que toca aos seus vinhos. Fiquem atentos e até lá… passem pela Quinta do Gradil.